7 dias...

Esse show rendeu até mesmo um post no “O Boteco”

Maringá, pronto-socorro e Jaguaraçu

Fomos para Maringá e tocamos num pico que parecia uma arena de gladiadores. Palco mega alto e mó galera lá em baixo. A gente tava animado, o povo também, e eu, sem aquecer nem alongar antes, pulei feito uma louca e corri e abaixei e levantei, e pra quem não imagina, o show se torna uma verdadeiro e intenso esforço físico e aeróbico. Não é a toa que saio exaurida do palco, a cada dia. Fui me tocar disso exatamente na viagem entre Maringá e Jaguaraçu de Minas, nosso próximo destino. O fato é que no meio do nada, em plena estrada, comecei a sentir uma dor estranha abaixo da lombar do lado direito, e não liguei muito. Dores sentem-se sempre e aos montes, e eu só sou de reclamar de alguma coisa quando o bicho pega mesmo. E teve uma hora que pegou. A dor foi se tornando absurda, a ponto de já não conseguir mexer o quadril, ou dobrar a perna, e aquela cadeirinha do buzú só dificultava a vida. Não havia mais posição possível. Minha única preocupação na verdade era o show do dia seguinte, e aí resolvemos parar numa emergência no meio do caminho. Sorocaba, para ser exata. Raio X, consulta, injeção. Dilema. Prosseguir e ver se conseguia tocar ou voltar pra casa e ficar de repouso, que era a recomendação médica. Mas, teimosa e otimista, resolvi prosseguir. Me entupi de remédio e entrei de novo no ônibus para mais dez horas de estrada. Chegamos em Jaguaraçú no dia seguinte, e ficamos numa pousada muito foda, cheia de suas cachoeiras, passeios e cavalos; coisa q eu n podia nem pensar em fazer. Cama, o dia todo. De noite , o show. A tortura foi tocar sem poder me mexer direito, o mais parada possível, o limite do movimento era a dor que ele causava.
Foda-se, quem ta no rock... e a propósito, sobrevivi e já estou pronta pra próxima. E aprendendo: horas e horas de viagem e descabelar-se num palco que nem um bicho doido tendo um colapso sem alongar antes arromba nervos ciáticos.
Bring it on, babe. É preciso muito mais do que isso pra me fazer querer voltar pra casa.

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